Indios da etnia terena voltaram a ocupar, nesta sexta-feira (31), a sede da fazenda Buriti, em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande. Segundo o coordenador local da Fundação Nacional do Índio (Funai), Jorge das Neves, cerca de 250 indígenas chegaram à sede da propriedade por volta das 11h e estão montando barracas.
Um dos acessos à fazenda tinha sido bloqueado pelos terena, conforme informação do comando-geral da Polícia Militar (PM).
Riedel considerou “uma fatalidade” a morte que ocorreu no confronto entre índios e policiais durante a reintegração de posse da fazenda. “Não estamos defendendo uma guerra armada”, garantiu. A entidade diz ter conhecimento de movimentação de indígenas de outras etnias em direção à Buriti.
A fazenda Buriti está em área reivindicada pelos índios em um processo que se arrasta há 13 anos. A terra indígena Buriti foi reconhecida em 2010 pelo Ministério da Justiça como de posse permanente dos índios da etnia terena. A área de 17,2 mil hectares foi delimitada, e a portaria foi publicada no Diário Oficial da União. Mas até hoje a Presidência da República não fez a homologação. O relatório de identificação da área foi aprovado em 2001 pela presidência da Funai, mas decisões judiciais suspendem o curso do procedimento demarcatório.
Em 2004, a Justiça Federal declarou que as terras pertenciam aos produtores rurais. A Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério Público Federal recorreram. Em 2006, o Tribunal Regional Federal modificou a primeira decisão e declarou a área como de ocupação tradicional indígena. Produtores rurais entraram com recurso e conseguiram decisão favorável em junho do ano passado.
Outra ocupação
Nesta sexta-feira (31), aproximadamente 70 indígenas da etnia terena ocuparam a fazenda Esperança, em Aquidauana, a 143 km de Campo Grande. A ocupação foi confirmada pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Não há informações se propriedades vizinhas também foram ocupadas.
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